Estelionatários usam nome do Semasa em golpe por telefone

Sexta, 20 de julho de 2007, 11h02

Iricléia Motta Espezin estava em casa na manhã desta sexta-feira, quando recebeu um telefonema estranho. Do outro lado da linha, alguém se identificando como representante de uma instituição que cuida de menores, pedia uma doação que seria debitada em conta de água. A dona de casa não titubeou, e ligou para o Semasa em seguida para confirmar a suspeita: esteve perto de cair em um golpe.

O código penal brasileiro é claro: estelionato é crime. O artigo 171 classifica a prática de obter para si ou para outrem vantagem ilícita como ilegal, e passível de punição. No caso de Iricléia, ela percebeu o golpe graças a pequenas inconsistências: “Uma hora ele dizia que era para uma instituição de Itajaí, depois falou Blumenau. Aí eu estranhei”. E se indigna com as pessoas que usam da boa-fé dos outros para tirar lucro próprio: “O que mais me revolta é que fazem isso em nome das crianças e dos necessitados”.

O diretor administrativo do Semasa Ivo Agenor Coelho confirma que a autarquia não tem nenhum convênio assinado que permita o débito em conta de água. Ao saber do ocorrido, o advogado do Semasa Diogo Vitor Pinheiro diz não ter noção da forma que o golpista conseguiria o dinheiro, mas arrisca dizer que “provavelmente seria através de alguma informação confidencial conseguida após a confirmação da cliente”.

O assessor jurídico Amílton Linhares lamenta o ocorrido e elogia Ericléia: “Ela fez o certo, e qualquer cidadão que suspeitar de alguma proposta deste tipo deve ligar para o Semasa, e evitar maiores incomodações no futuro”. Ele orienta que a dona de casa faça um boletim de ocorrência.