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Tempestade e bonança: dois anos de estiagem e crescimento

Sexta, 18 de abril de 2008, 09h20

Em abril de 2006, município era vítima de uma estiagem histórica. Em abril de 2008, fez história ao construir a barragem, e não pretende parar por aí.


Está nos registros do Semasa: no dia 17 de abril de 2006, foi noticiado pela primeira vez o começo de um problema que, se por um lado representou períodos de transtornos para todos os itajaienses, por outro representou um momento histórico de Itajaí, que trouxe e traz avanços inigualáveis na qualidade de vida da população. Há dois anos, Itajaí sentiu os reflexos de uma das maiores estiagens das últimas décadas.

A grande seca que se abateu na região ultrapassou os limites dos jornais, e entrou nas escolas e casas dos itajaienses, exatamente por afetar atividades tão triviais como tomar banho e cozinhar. Repentinamente, termos mais comuns à esfera técnica como 'cunha salina' e 'La Niña' eram debatidos em rodas de conversa e salas de aula, e todos já estavam cientes que o avanço do sal através do leito do Rio Itajaí-Mirim – facilitado pela construção do canal retificado – invadia os pontos de captação do Semasa, e tornava a água imprópria para o consumo.

Todos os itajaienses também acompanharam decisões que amenizaram os efeitos da estiagem e a solução para o problema. Durante 8 meses, foram consumidos mais de 80 milhões de litros de água nos 81 pontos de abastecimento gratuitos, um investimento de R$ 2 milhões para o Semasa. Enquanto isso, foi viabilizada não apenas a construção da barragem, uma obra histórica que permite o controle da água captada, mas também de projetos como a implantação do tratamento de esgoto na cidade e ampliação da ETA, que vão garantir a qualidade de vida das nossas próximas gerações.


A estiagem


O engenheiro sanitarista Wolfgang Roedel conta que a estiagem já estava comprometendo a produção da ETA fazia alguns dias, mas não esperava que, a partir daquele 17 de abril, os índices de salinidade permanecessem tão altos por tanto tempo: “Normalmente, quando a água passava de 250 miligramas de sal por litro de água fechávamos a captação até voltar à normalidade, mas naquele dia não estava baixando”. Nos dias seguintes, o Semasa avisaria toda a população de que estaria enviando água fora dos padrões de potabilidade, uma vez que os índices de salinidade não baixavam. Durante todo o período, foram registrados picos de 6.000 miligramas de sal por litro de água, “praticamente água do mar”, explica Roedel.

Estes índices eram causados pela falta de chuvas na região. De acordo com o responsável pelo Laboratório de Climatologia da Univali, Sergey Alex de Araújo, em maio de 2006, por exemplo, choveu apenas 9% da média histórica. “Isto foi um reflexo da transição entre La Niña e El Niño, num fenômeno conhecido como neutralidade meteorológica”, explica o climatologista. Municípios como Blumenau documentaram perda de até 70% da vazão em rios que abasteciam a cidade, além de uma grande baixa no Itajaí-Açú, que passou dos habituais 1,87m de profundidade para espantosos 0,5m. Altas anômalas de salinidade foram registradas em Ilhota.


A Solução


É decretada situação de emergência no município. Prontamente foram tomadas algumas atitudes: Semasa e prefeitura passam a divulgar os índices de salinidade de hora em hora na internet, reservatórios de água foram reativados e diversas caixas d'água foram espalhadas pelo município e abastecidas com água potável e gratuita para a população. No entanto, estas foram apenas algumas medidas paliativas, que somente minimizavam e prestavam contas à uma população que ansiava pelo fim da água salgada nas torneiras.

Para isso, foi formada uma comissão (composta por Semasa, Famai, Sec. de obras, Defesa Civil, Epagri, Cidasc, Univali e engenheiros) para encontrar soluções para o problema. O prefeito Volnei Morastoni viajou à Brasília, e captou recursos para a construção desta que seria a solução definitiva para os problemas de intrusão da cunha salina na captação de água: a barragem. O engenheiro Sérgio Juk conta que originalmente, eles tinham planejado avançar a captação de água em 4 km, mas perceberam que a salinidade estava atingindo aquele ponto: “Percebemos que para resolver o problema, seria mais barato e efetivo construir a barragem”.

Em agosto de 2006, começa a construção da barragem. Em janeiro de 2007 é entregue a primeira etapa da obra: “Ali já estava decretado o fim da salinidade, uma vez que já tínhamos fechado o leito do rio inteiro”, explica o diretor geral do Semasa, Marcelo Sodré. Alguns meses depois, técnicos da Cidasc anunciam que o funcionamento da barragem beneficiou também o Rio Itajaí-Mirim Velho, cujo leito teve um aumento significativo da vazão após o funcionamento da barragem. Em 8 de setembro, um dia após as comemorações da independência do Brasil, foi inaugurada a barragem do Rio Itajaí- Mirim. E Itajaí também decretava a independência da salinidade.


Novos tempos para Itajaí


A entrega da barragem não representou o fim das melhorias para os itajaienses. Muito antes da entrega da obra, já tinha sido garantida a construção de diversas melhorias para nossa cidade. Em janeiro de 2007, Itajaí foi o primeiro município a receber verbas do PAC. No total, foram R$ 39,7 milhões do Ministério das Cidades, com contrapartida de R$ 14 milhões do Semasa, que serão utilizados na implantação do tratamento de esgoto, ampliação da ETA São Roque, e construção de 35 km de adutoras. Segundo Marcelo Sodré, a conquista desta verba foi um reflexo direto da ação do prefeito e da autarquia, “que não mediram esforços na elaboração de projetos e na mediação com governo federal”.

Em novembro foi entregue a Adutora Água Boa, uma obra que garantiu uma melhora significativa na água tratada na ETA Arapongas: “Quando Itajaí sofreu com a súbita alta da salinidade na água, sabíamos que o rio Canhanduba não estava imune a uma possível invasão da cunha salina. E dentre ter que construir uma outra barragem e utilizar a água do Itajaí-Mirim, que não será afetada pela salinidade, optamos pela construção da adutora”, explica Sodré.

O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, declarou: “Este período de estiagem mostrou o quanto o município pode crescer em momentos de dificuldade. Fomos reféns de uma das maiores secas das últimas décadas, mas conseguimos sair de um período turbulento e fazer história em Itajaí, com a construção da barragem, da adutora, além de garantir outras obras de igual importância para a cidade”.


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