Semasa testa nova tecnologia de tratamento de água para substituir ETA Arapongas

Quarta, 02 de fevereiro de 2022, 13h21

O Semasa está testando uma nova tecnologia de tratamento da água, chamada de ultrafiltração por membranas, que poderá substituir o sistema convencional da Estação de Tratamento Arapongas. Se for aprovado, a autarquia será a primeira de Santa Catarina a usar o método. A ultrafiltração por membranas tem funcionamento mais simples e mais compacto e é fabricada em material sintético. As membranas funcionam como uma barreira que permite a passagem da água, mas bloqueia partículas em suspensão e outras impurezas e contaminantes como vírus, bactérias e microplástico. O equipamento está instalado próximo ao ponto de captação, na margem do Rio Itajaí-Mirim, e a fase de testes segue até a segunda quinzena de fevereiro. Nestes testes é levado em conta a capacidade para tratar a água com alto índice de turbidez. 

A autarquia tem planos de desativar a ETA Arapongas em razão dos gastos com energia elétrica. A estrutura, em operação há 70 anos, produz a média de 130 litros por segundo. Conforme os estudos realizados pela Diretoria de Saneamento, um sistema mais moderno, localizado próximo ao ponto de captação, pode gerar maior volume de água tratada, por volta de 250 litros por segundo, e economia de até R$ 600 mil por ano com energia elétrica. 

Membranas reduzem as etapas de tratamento

Devido ao alto poder de filtração das membranas, em uma única etapa é possível transformar a água bruta em potável, dispensando as etapas de floculação e decantação, necessárias no sistema convencional. Esse sistema é totalmente automático e dispensa o uso de produtos químicos e a intervenção humana em sua operação. As etapas de adição de cloro e flúor permanecem no processo, conforme exigência do Ministério da Saúde.

Os resultados têm se mostrado positivos. No dia 10 de janeiro o índice de turbidez da água bruta captada no canal do rio Itajaí Mirim era de 489 ntu (unidade de medida de turbidez). No dia, a ultrafiltração entregou a água tratada com 0,189 ntu, enquanto a ETA São Roque, que atua com o sistema de filtragem comum, entregou a água com 1,28 ntu de turbidez. “Esses testes são necessários para avaliar a eficácia do sistema, por isso estamos usando a pré-oxidação combinada a essa tecnologia. O Rio Itajaí-Mirim tem apresentado desafios por conta da turbidez e estamos em busca de alternativas para garantir o abastecimento diante de qualquer situação adversa”, afirma o diretor de Saneamento, engenheiro sanitarista e ambiental, Victor Silvestre. A pré-oxidação foi adotada em 2021 e é um outro sistema para melhorar a qualidade da água antes do tratamento, responsável pela adição do dióxido de cloro, na água bruta, para remover matéria orgânica, ferro, e manganês, a fim de agilizar e melhorar o tratamento. A pré-oxidação é usada atualmente em toda a água captada para as ETAs São Roque e Arapongas.

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